Título: A Visita Cruel do Tempo
Autora: Jennifer Egan
Gênero: Drama/Romance
Editora: Intríseca
Páginas: 333
Avaliação: 4/5
Sinopse: Bennie Salazar é um
executivo da indústria musical. Ex-integrante de uma banda de punk, ele foi o
responsável pela descoberta e pelo sucesso dos Conduits, cujo guitarrista,
Bosco, fazia com que Iggy Pop parecesse tranquilo no palco. Jules Jones é um
repórter de celebridades preso por atacar uma atriz durante uma entrevista e vê
na última — e suicida — turnê de Bosco a oportunidade de reerguer a própria
carreira. Jules é irmão de Stephanie, casada com Bennie, que teve como mentor
Lou, um produtor musical viciado em cocaína e em garotinhas. Sasha é a
assistente cleptomaníaca de Bennie, e seu passado desregrado e seu futuro
estruturado parecem tão desconexos quanto as tramas dos muitos personagens que
compõem esta história sobre música, sobrevivência e a suscetibilidade humana
sob as garras do tempo.
“O tempo é
cruel, não é? Não é assim que se diz?”
Temos
aqui um vencedor do prêmio Pulitzer, uh? Bom, pra começar, tenho uma informação
muito importante: são muitos personagens, rs. Em alguns momentos fiquei confusa
com quem era quem e quem era o quê de quem (confuso, hein, rs), no momento da
leitura até cheguei a fazer uma lista com os nomes dos personagens e
informações importantes, não lembro a quantidade exata, mas eram cerca de 35
personagens (ou mais). Mas, de qualquer forma, amei a escrita da Jennifer Egan,
é o primeiro livro dela que leio e espero ter a oportunidade de ler outros, a sua escrita sempre foi elogiada e reconhecida pelos mais
diversos quadrantes da crítica literária e pelos leitores em geral. Foi
finalista do National Book Award em 2001, e ganhou o prêmio Pulitzer em 2011
com esta obra.
“Eu me pergunto isso o tempo todo... o que vai acontecer
depois diz Kitty. Às vezes me imagino olhando para trás, para este momento de
agora, e penso: onde vamos estar quando eu olhar para trás? Será que o agora
vai parecer o início de uma vida incrível ou... ou o quê?”
A
Visita Cruel do Tempo conta várias histórias que são interligadas, ou seja, em
algum momento os personagens irão se encontrar ou fazer parte da história do
outro. E na escrita há a troca constante de narrador, o que confunde algumas
vezes. Mas depois dá para fazer uma releitura em ordem cronológica.
“Guardar segredos mata.”
Começando
com a história de Sasha, a qual achei muito interessante (se não a mais
interessante de todas), e com o decorrer da história ficou MUITO mais
instigante, com todo o seu histórico de drogas, fugas, roubos, tentativas de
suicídio, prisões, etc, e o fato dela ser cleptomaníaca (distúrbio
psicopatológico que faz com que a pessoa roube coisas diversas sem muita
consciência ou necessidade). Logo no primeiro capítulo achei muito legal a
conexão que a autora consegue fazer com o passado e a conversa de Sasha com
Coz, seu terapeuta, a autora consegue inserir numa conversa que acontece no
presente alguns fatos do passado.
“Imagino
algo como um Juízo Final diz ele com os olhos pregados nágua. A gente vai sair
do nosso corpo e tornar a se encontrar em forma de espírito. Vai se encontrar
nesse lugar novo, todo mundo junto, e no início vai parecer estranho, e logo depois
a possibilidade de perder alguém ou de se perder é que vai parecer estranha.”
Temos também a história de Bennie Salazar, o ex-patrão de Sasha, um executivo da indústria musical, ex-integrante de uma banda punk, que sofre de disfunção erétil. A história dele e da sua “galera” na infância/adolescência nos traz um mundo de drogas, sexo e Rock N’ Roll, com direito também à amores não correspondidos (Rhea gosta de Bennie, que gosta de Alice, que gosta de Scotty, que não sei de quem ele gosta, mas quem nunca passou por isso, né?), isso tudo enquanto uma outra integrante desse grupo adentra num mundo completamente diferente, Jocelyn, que se envolve com Lou, um produtor musical promíscuo e mais velho do que ela. No meio disso tudo temos a história de Rolph, filho de Lou, que eu queria saber mais sobre (aqui vocês ficam curiosos querendo saber o porquê, haha).
“O
mundo na verdade é imenso. Essa é a parte que ninguém consegue explicar
totalmente.”
"Assim como todos os experimentos
fracassados, esse me ensinou algo que eu não esperava: um dos
ingredientes-chave da chamada experiência é a fé ilusória de que esta é
especial, e de que os que dela participam são privilegiados e os excluídos
estão perdendo alguma coisa.”
“A fronteira entre pensar em uma pessoa e
pensar em não pensar nessa pessoa é bem tênue, mas tenho a paciência e o
autocontrole necessários para passar muitas horas caminhando sobre essa linha –
dias, se preciso for.”
O
capítulo que retrata Stephanie e Bennie numa cidade nova e a tentativa de Steph
de se integrar nesse mundo novo, suportar pessoas e se encaixar em coisas que
ela não faria normalmente me fez pensar em coisas que geralmente fazemos para
sermos aceitos na sociedade. E Jules (história interessante), que tentou
estuprar uma estrela de cinema? A cena deles no parque foi incrivelmente bem
escrita!! E o que dizer sobre Rob? Queria também saber mais sobre sua história.
O
sentimento que pairou no ar enquanto li essa história foi: saudosismo. Acabei lembrando-se
de coisas que eu fazia e hoje não faço mais, o modo que eu me comportava,
hábitos, ideais e princípios. Podemos também considerar uma nostalgia, já que
há a saudade de um tempo que já passou. O tempo passa rápido e faz com que cada
um de nós trilhe por um caminho diferente, já parou pra pensar onde estão os
seus amigos de infância? Você pode se surpreender com as respostas. “Um dia desse
você tinha sete anos de idade...”
Pra finalizar, a história de Sasha casada com Drew Blake foi bem chatinha, e sobre as pausas de Linc e os gráficos de Ally, chatos também. No final, achei legais as variáveis que Alex monta para bolar um sistema para selecionar os papagaios cegos, final recheado de corrupção e o amor por Rebecca e Cara-Ann. Achou-se a resenha confusa, bom... O livro também é, haha. Minha nota foi 4!
“O tempo é cruel, não é? Vai deixar ele
intimidar você? Scotty balançou a cabeça. – O tempo venceu.”
Post feito pela Lizi Reis.
Post válido para Top Comentarista de Janeiro
Oi,sinceramente assim que li a sinopse não entendi absolutamente nada. Fiquei muito confusa!
ResponderExcluirE Sei que gostou do livro,mas creio que não o leria.
Tenho uma grande dificuldade em decorar nomes. E quando leio livros assim, chega um momento que vou lendo sem nem tentar entender.
Eu te entendo, hahaha. Também tenho essa dificuldade, geralmente preciso anotar os nomes para não me perder, e nesse livro eu realmente precisei! Para lê-lo é preciso uma dose extra de paciência e concentração, rs.
ExcluirOii Lizi!!
ResponderExcluirEu adorei sua resenha, parabéns!
Estava curiosa pra saber um pouco mais desse livro, conhecia meio por cima só...
Já qro!
Capa linda e enredo perfeito!
Bjs!
Olá, Aline! Muito obrigada ❤
ExcluirA capa é realmente muito linda!! E o enredo bem instigante. Beijooo 😘
Oi Lizi...
ResponderExcluirConfesso que adorei sua resenha, mas fiquei um tanto quanto confusa... Rsrs... Apesar disso, acho que vou dar oportunidade a essa leitura, afinal é um livro que ganhou um prêmio Pulitzer... Só acho que é uma leitura que deve ser feita em um momento tranquilo e precisa se prestar muita atenção nela pra não perder em meio a tantos personagens...
Beijinhos...
Hey, Cris! Muito obrigadaaa ❤
ExcluirO livro em si é meio confuso, haha. Quero saber depois o que achou da leitura!! E sobre o prêmio: rolou uns atritos e contradições interessantes na época. Beijosss 😘
Oi Lizi.
ResponderExcluirEu queria muito ler esse livro. Achei a sinopse bem interessante e intrigada.
Nossa. 35 personagens? Deve ser difícil acompanhar quem é quem, com quem estão relacionados, se é passado ou futuro, etc. Mas mesmo assim, parece ser um livro incrível.
Espero ter a oportunidade de ler o livro em breve.
Achei a capa muito bonita! Combina com a história.
Muito difícil mesmo, Pamela! A capa é bonita mesmo e o enredo incrível!! Espero sua opinião depois que ler *-*
ExcluirOi, Lizi!!
ResponderExcluirMenina que livro mais confuso!! Olha que só li a resenha dele!! Achei muito confusão e personagens demais para um livro só. Por isso não tenho nenhuma vontade de ler esse livro. Parabéns pela resenha ela é ótima.
Beijoss
hahahaha, bem isso, Marta! Mas é uma leitura que vale a pena, apesar da confusão faz você pensar na vida, relembrar, etc...
ExcluirMuito obrigada *-*
Beijão!
Miga que bom que a leitura não foi uma perda de tempo, mas olha esse livro ele me perdeu no momento que você falou que teve que fazer uma lista pra poder se orientar entre os vários personagens, eu vou dizendo logo que não tenho muita paciência pra isso e provavelmente a leitura seria intediante pra mim. Obrigada pela resenha.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirPois é, eu também não tenho muita paciência para isso, mas por conta do enredo eu terminei a leitura e gostei muito!! Valeu a pena! Muito obrigada a você *-*
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