Nação Brasileira! Estamos ha poucos dias do primeiro turno das Eleições 2018. Entre #ELENAOs e #ELESIMs vivemos um momento importantíssimo para o futuro do nosso país que merece todas as discussões que está causando em cada esquina. Não aprendemos nada como os últimos anos e estamos novamente à beira de uma competição política extremamente divisiva e polarizada, capaz de despertar o pior em cada um de nós e nos fazendo esquecer do que nos une enquanto povo. Milhares de filmes falam sobre eleições, mas hoje eu trago para vocês uma lista com 5 filmes que tratam das consequências de se abraçar extremismos políticos, de se IDOLATRAR OU ODIAR figuras políticas que pensam diferente de você e dos reais poderes que controlam a sua vida enquanto você tá feliz subindo essa ou aquela hashtag no twitter. A intenção hoje é te ajudar a pensar, sem muita piadinha dessa vez. Vamo comigo e GLÓRIA A DEUUUXXXX!
Esta refilmagem do clássico de 1949 - de mesmo nome - é baseada no fantástico livro Todos os
Homens do Rei de Robert Penn Warren e narra a trajetória política do líder fictício Willie Stark - .Sean Penn que está sensacional! Sem entrar em muitos detalhes, Stark é um homem simples indignado com o que a corrupção dos políticos fez com sua gente. Carismático, idealista e contundente, Willie entra para a política determinado a melhorar a vida de seu povo, porém, no processo, é usado como joguete pelos pelos políticos corruptos e toma as rédeas da situação até ver a si mesmo perder seus valores. Contando com um elenco espetacular - Anthony Ropkins (Juíz Irwin), Jude Law (Jack Burden), Mark Ruffalo (Adam Stanton) e Cate Winslet (Anne Stanton) - o filme - e o livro - é um excelente exemplo de como um homem bom pode se tornar mal no meio do jogo político e, mesmo amado pela população, é capaz de se perder no próprio poder e deixar de pensar no bem de todos para pensar no seu próprio - te lembra alguém ou alguéns? diga você.
Esse filme todo mundo conhece. Adaptação do extraordinário trabalho do quadrinista Alan Moore e estrelado pelo grande Hugo Weaving (de Matrix e O Senhor dos Anéis) e pela fantástica Nathalie Portman (de Cisne Negro e Thor), este filme conta a história de uma Inglaterra num futuro distópico e totalitário em que uma ditadura duríssima controla todos os aspectos da vida da população, mantendo-se no poder pela força e manipulação dos meios de comunicação. Este controle é posto à prova quando um terrorista - o personagem mascarado de Weaving - ameaça expor os segredos sujos do regime e reacende na população a ideia de que o poder nunca vem do governo, mas de nós. V de Vingança está na lista para mostrar que por pior que seja o problema, um regime totalitário NUNCA é uma boa ideia, mesmo que no meio do desespero ele possa parecer - Fica a dica.
3. A Onda (Die Welle, de Dennis Gansel. 2008)
Só para reforçar a ideia de que regimes totalitários, polarização e divisões entre nós e eles sempre dão cagada, este arrebatador filme alemão está nesta lista. Sem atores conhecidos do grande público e todo falado em alemão, esta produção conta a história trágica do Professor Wenger (Jürgen Vogel) e de seus alunos - dentre eles um ainda jovem e desconhecido Max Riemelt que viria a ficar famoso mais tarde como o Wolfgang da série Sense8. Na tentativa de provar que nem mesmo a experiência da Alemanha com o fascismo a impediria de cair nessa armadilha novamente, o professor reproduz um regime fascista em sala de aula e vê, aos poucos, esta curiosa experiência sair do seu controle. Inteligentíssimo, forte, tenso e envolvente, A Onda está aqui para te lembrar que, não importa se é de esquerda ou de direita, QUALQUER UM QUE TENTAR TE CONVENCER DE QUE FAZER PARTE DE UM MOVIMENTO, PARTIDO, IDEOLOGIA TE FAZ MELHOR DO QUE ALGUÉM ESTÁ TE MANIPULANDO PARA FINS MALÉFICOS. Q-U-A-L-Q-U-E-R UM.
4. Milk - A Voz da Igualdade (Milk, de Gus Van Sant. 2008)
Novamente nesta lista temos um filme estrelado por Sean Penn que, desta vez, interpreta o famoso ativista precursor dos direitos dos homossexuais nos E.U.A. Harvey Milk, assassinado por Dan White (Josh Brolin). Milk está aqui por mostrar a trajetória de um homem que se atreveu a enfrentar o sistema vigente, amargou derrotas e angariou multidões até que finalmente conseguiu chegar no governo e, então, foi vítima da intolerância que sempre combateu. Além de muito bom, recomendo para pensarmos que não importa de onde venha, o ódio àquele que pensa diferente de você - seja de esquerda, direita, gay, mulher, rico, pobre - gera tragédias.
5. Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (de José Padilha. 2010)
Bom, para finalizar esta lista eu pensei em pôr Polícia Federal - A Lei é para Todos (Marcelo Antunez, 2017), mas iriam me chamar de coxinha e eu estou aqui contra os extremos. Por isso nada melhor do que encerrar com este sucesso que você já viu várias vezes e vai ver de novo assim que terminar de ler. Sua menção aqui é válida porque a trama desta continuação do maravilho - e reaça - Tropa de Elite (2007) foca nos contrassensos e nas hipocrisias do nosso sistema político. Nossa política é suja e enquanto desvia sua atenção com hashtags legais, propagandas caras, fake news e figuras carismáticas, controla nossa vida operando a corrupção e a criminalidade de dentro para fora. Aqui o já exausto Capitão Nascimento (Wagner Moura) se vê iludido e usado, assim como Willie Stark do número 1 desta lista, porém, ao invés de sucumbir à sujeira como ele, Nascimento se opõe e se torna vítima daqueles que deveriam protegê-lo. Vale assistir antes de ir às urnas na semana que vem, para lembrar que enquanto você eleger os mesmos personagens, o filme vai sempre se repetir.
Ainda temos mais alguns dias até as urnas, chama a Tia Cremilda que acha o Ciro um fofo, seu tio reaça que ama o mito, seu primo petista com crise de identidade, seu namorado coxinha que quer privatizar até você e sua amiga do Greenpeace que fala igual a Marina e vão todos assistir juntos esses excelentes filmes e depois debater o que é melhor para TODOS vocês, juntos, enquanto família, amigos, compatriotas, enfim, pessoas. Sensatez na escolha, clareza na opinião e humildade para reconhecer os erros são bons primeiros passos no caminho até o dia 7 de outubro. Bom cinema, boa escolha, e que ao menos consigamos não piorar. Beijo no voto!!
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