31 de jan. de 2019
Por Hugo Vinicius Pereira

Crítica: Homem-Aranha no Aranhaverso (!!!!!!)

Uma aranha incomoda muita gente...
O gênero da animação, dada a sua natureza cujo limite é literalmente apenas a imaginação – sem os freios da verossimilhança com a realidade dos longas em live-action – talvez seja, fácil, o de maior potencial no cinema. Tudo pode ser feito, basta que encantem nossos olhos. Pois é justamente sobre este prisma que devemos olhar Homem-Aranha no Aranhaverso,  o mais novo sucesso da Sony Pictures, responsável pelo equilíbrio perfeito entre os quadrinhos e sala escura, e uma das experiências cinematográficas mais divertidas dos últimos tempos. So vem!

Mesmo para o cinema de super-heróis, massivamente presente – e até beirando a saturação – no mercado hoje em dia, eu confesso que fiquei com o pé atrás com relação ao enredo de Aranhaverso junto ao grande público. Na trama, o jovem Miles Morales se torna o homem-aranha, mas devido a um acidente com um acelerador de partículas, se vê no centro de um evento entre dimensões diferentes, cada uma com o seu homem-aranha, e precisa aprender meio que no tranco, enquanto ajuda suas contrapartes, uma lição que eles todos já sabem: com grandes poderes,vem grandes responsabilidades. Realidades alternativas, homens-aranha que não são o clássico Peter Parker, sem conexão – aparente – com o universo dos filmes da Marvel e um protagonista desconhecido do grande público – “Tia Cremilda não vai entender nada!”, pensei. Embora todos estes conceitos sejam comuns para o fã nerd, me parecia a receita para um nó na cabeça dos consumidores mais eventuais destes filmes e, por isso, um possível fracasso.

O que vemos na tela de Aranhaverso, porém, é o resultado de um trabalho nada menos que excepcional dos diretores Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, que levam as técnicas de animação a novos e lindos limites, e junto com a trilha sonora – que eu não paro de ouvir – de Daniel Pembertom, fazem do roteiro primoroso entre ação, comédia e drama escrito por Phil Lord e Rodney Rothman uma obra viva e vibrante em tela. A mescla entre os estilos de animação e diálogo entre cada homem-aranha, as centenas de referências entre a história do personagem nos quadrinhos e no cinema – destaque para muita homenagem à trilogia de Sam Raimi possibilitam ângulos de câmera, cenas de ação, interações entre personagens e mesmo piadas hoje ainda muito improváveis de vermos num filme com atores de carne e osso.

Aranhaverso faz rir, emociona e empolga, sem confundir seu público – e mesmo quando o faz, brinca com isso. Cada diferente versão do teioso tem peculiaridades e profundidade, capazes de gerar empatia e dar peso a cada uma de suas ações. A entrega ao herói mais popular da Marvel, com compreensão completa de quem ele – ou eles – é – ou são – cria com o fã mais apaixonado uma relação de identificação muito profunda e insere Miles Morales e Peter Parker - principalmente – em contextos que pegam fundo no nosso imaginário, sem sentimentalismo barato - não se espante ao se pegar chorando em algumas cenas e gargalhando logo depois.

Não há muito no que se estender. Homem-Aranha no Aranhaverso precisa ser visto, ouvido, sentido e experimentado. Sem tirar o mérito de animações recentes e excelentes como Os Incríveis 2 (de Brad Bird, 2018) ou o novo Como Treinar Seu Dragão 3 (de Dan DeBlois, 2019), Aranhaverso ousa em conceito, visual e história e, com o devido louvor, acerta em tudo isso. Furto-me a cravar se é o melhor filme do aranha já feito. Acho injusto comparar justamente pela liberdade de criação e execução que ele tem apenas por ser uma animação. Mesmo assim, digo sem medo de errar que é uma obra irretocável e que abrirá caminho para um futuro ainda mais divertido e ousado nas animações blockbuster por aí. Foram quantos, hein? 5 homens-aranha nesse filme? Manda mais que tá pouco!

Coeficiente de Rendimento: 5/5

Comentários via Facebook

1 comentários:

  1. Olá Hugo!!!
    Eu admito que me vim empolgada em querer assistir esse filme por conta do Porco-Aranha, porque sério morri de rir só com ele no trailer.
    Acho bacana eles estarem explorando essa forma, pois enquanto amo as animações de heróis da DC nunca gostei muito dos da Marvel.
    Porém, quero conferir esse filme que tá todo mundo falando ^^

    lereliterario.blogspot.com

    ResponderExcluir

Veja os antigos!

© Biblioteca Lecture • Desenvolvimento com por