12 de jul. de 2018
Por Hugo Vinicius Pereira

Crítica: Homem-Formiga e a Vespa - Legalzinho toda vida

Espere gente pequena e formigas gigantes

Hoje aquela crítica esperta, pós hexa-que-não-veio, vai ser num filme que estreou na semana passada (05/07) e têm sido muito esperado por todos os fãs do Marvel Studios  - muito mais pelo caminho que abre do que pelo enredo que apresenta. É claro que estou falando dele que é amado por muitos, detestados por alguns e ignorado por tantos outros: Homem-Formiga e a Vespa (2018) do diretor que você não conhece Peyton Reed. Que a formiguinha corta a folha e carrega você já sabe, mas pra saber se esse filme vale a facada do ingresso de cinema, cola comigo que eu te conto agora sem spoiler nenhum. Partiu!


O Homem-Formiga, embora seja um herói muito importante nos quadrinhos da Marvel desde sua criação (ele é, por exemplo, um dos fundadores dos Vingadores nas revistas lá em 1963), nunca foi muito popular fora do nicho dos leitores de HQs. Este status de "herói B" vem mudando um pouco desde o moderado sucesso do primeiro longa do personagem, "Homem-Formiga" em 2015. O primeiro longa, de produção conturbada, dividiu os créditos criativos entre o renomado diretor indie Edgar Wright - de Baby Driver e Scott Pillgrim Contra o Mundo - e o agora comandante solo Peyton Reed - que você não conhece de nome, mas viu Sim Senhor com Jim Carrey lá em 2008 e que é dele também.

O filme de 2015 apresentava o herói já com uma pegada mais cômica de filme-família se afastando um pouco das grandes aventuras heroicas de Homem-de-Ferro ou Capitão América, mas devido à troca de diretores com visões diferentes, alternava um pouco de tom, variando entre o drama e a comédia nem sempre da maneira correta. Todavia, desta vez, Peyton Reed tem a mão livre para fazer de seu Ant-man and The Wasp (no original) uma obra genuinamente de comédia e sem medo de ser feliz.

Com um jeitão meio de "sessão da tarde" e uma química muito boa entre seus protagonistas, o novo filme diverte sem mudar muito a vida de ninguém, mas faz a hora passar voando na sala de cinema entre um sorrisinho aqui e uma gargalhada ali que arranca de você. Paul Rudd (o próprio homem-formiga) aqui tem liberdade para ser o excelente comediante que é, e está muito bem servido ao dividir o protagonismo cheio de sintonia com a carismática Evangeline Lilly (a Kate de Lost) e o veterano Michael Douglas (que esbanja timing cômico na dobradinha de sogro x genro com Rudd). Destaco também a repetição do excelente trio de coadjuvantes formado por Michael Peña (Luis), o rapper T.I. (Dave)David Dastmalchian (Kurt), desta vez ainda mais afinado.

Há que se fazer também menções honrosas como as boas participações dos grandes Lawrence Fishbourne (Morpheus de Matrix, 1999) e Michele Pfeiffer (Mulher- Gato de Batman: O Retorno, 1989), as cenas de ação muito bem coreografadas fazendo ótimos usos dos poderes dos heróis e vilões e a computação gráfica que está deslumbrante em cada detalhe - seja no psicodélico Reino Quântico apresentado no longa ou nos impressionantes rejuvenescimentos feitos nos personagens de Pfeiffer, Fishbourne e Douglas que são de cair o queixo.

Infelizmente nem só de louros vive Homem-Formiga e a Vespa e, claro, ele não é perfeito. Embora a vilã tenha um visual legal, não convence muito enquanto ameaça, visto que grande problema a ser solucionado na história nada tem a ver com ela. Nem toda piada funciona também, mas nada que comprometa muito, mesmo numa comédia. O problema maior aqui, ao menos para mim, foi que, mais uma vez, os trailers do filme entregaram demais. Simplesmente todo o clímax da ação do terceiro ato do longa, incluindo reviravoltas e coisas que deveriam nos causar algum impacto, estão nos trailers - e olha que eu não me lembro de ter visto mais do que os dois primeiros que saíram. Com este problema, ocorre que o clímax do filme perde impacto, ficando previsível e não tão divertido, porque tudo de interessante que ele te propõe, ele mesmo já tinha te mostrado. Por isso vá sem saber de nada, e se a sua Tia Cremilda está te enchendo o saco para ver o filme "do moço que encolhe" com você, nem pense em deixar ela ver algum dos trailers para evitar reclamações depois.

Mesmo assim, Homem-Formiga e a Vespa - ê título longo - termina sendo bem melhor que o primeiro, mostrando uma interessante evolução tanto dos personagens quanto das comédias para família da Marvel. Aliás, se você é fã do estúdio eu já te aviso que é importante ter assistido Capitão América: Guerra Civil (2016) antes dele e ajuda muito também já saber de tudo que rolou no recente Vingadores: Guerra Infinita (2018) para não ficar perdido. No fim, o filme diverte e entretém, sendo um ótimo passatempo para te fazer sorrir enquanto não supera aquele Brasil x Bélgica das quartas de final. Até a próxima!


Coeficiente de Rendimento: 3,5/5

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