22 de ago. de 2018
Por Duda Conti

Nihil / Carolina Mancini

Título: Nihil
Autora: Carolina Mancini 
Editora: Estronho 
Páginas: 151
Avaliação: 5/5
Sinopse: Enclausurado por muito tempo, o ser humano definha. Do lado de fora, uma espessa neblina dominou países inteiros. 
Ela mata quem se arrisca a desbravá-la, espelha vísceras, sangue e entrega os gritos a um estranho lugar sem cheiros, sons, luz ou escuridão. 
Do lado de dentro os sobreviventes enfrentam sua subsistência. Não há água encanada, ondas de rádio ou energia elétrica. Falta comida e os sentimentos são confusos e intensos. 
Não há sol ou chuva para se observar. Não há divisão entre dia ou noite. Os relógios estão parados e qualquer esperança já se fragmentou, mesmo que alguns ainda esperem por algo que já nem sabem se existe ou mesmo se tem um nome. 




Nihil se passa em um cenário pós-apocalíptico onde os humanos que restaram tentam sobreviver enquanto uma estranha neblina passeia por todos os países. Uma neblina capaz de tampar o sol, uma neblina que arruína tudo por onde passa, uma neblina que mata quem tenta se aventurar por ela.

O livro é dividido em relatos diferenciados de quem tenta lutar todos os dias contra a neblina, contra a própria solidão e rezando para não enlouquecer. 


"...Eu acho que devíamos queimar os livros de uma vez e acabar com essa angústia de morrer aos poucos." 


"Não sou a única. Não posso ser. Por Deus. Se ouço gritos, não posso mesmo ser a única."


Antes de começar essa resenha eu preciso parar um pouco e respirar para poder organizar todo esse turbilhão de coisas que eu quero falar que estão na minha cabeça no momento. 

Para começar eu preciso falar de Carol e quão ela é incrível, eu não falarei tanto assim porque não quero parecer uma fangirl e não quero que ela sinta medo de mim hahaha. Mas Carol é maravilhosa, tudo que ela escreve é incrível e eu me sinto cada vez mais honrada em poder acompanhar o seu trabalho de perto, desde que Dias de Chuva (outro livro da Carol pelo qual eu anseio uma continuação) chegou em minha vida eu sinto a necessidade de ler qualquer coisa que a Carol escreve, nem que seja a lista de compras do supermercado dela. 

E ai, ela me vem com mais essa... Nihil

Eu sou uma amante de terror, suspense e tudo aquilo que me deixa arrepiada e Carol conseguiu juntar tudo isso em um livro só. Um livro que te faz ficar perdido no começo, são muitos relatos diferentes ao mesmo tempo sendo intercalados durante o decorrer dos capítulos. Você fica se perguntando "O que que tá acontecenu?". Mas acho que essa foi a intensão da Carol, deixar o leitor confuso como uma neblina que se apropria de ruas e casas. Ao final do livro tudo fica claro, como aquela pontinha de esperança que temos no fim do túnel ou como aquele raio de sol que consegue atravessar uma densa camada cinza. 

Como eu disse, o livro é escrito por pequenos relatos de sobreviventes da neblina e de como eles estão lidando com a nova realidade. Algumas personagens aparecem mais vezes, outras você irá ver apenas uma vez e tem aquelas em que as história se interligam. E também tem aquela que te choca mais. 

No meio do livro nos deparamos com um relato narrado pela avó que está cuidando dos netos, dois meninos e um casal de gêmeos. Nesse relato percebemos que o ser humano pode ser o ser mais evoluído que existe (ou que conhecemos) mais nenhuma quantidade de ensinamentos e evolução irá tirar de nós o que nos foi dado quando aparecemos neste mundo... O extinto de sobrevivência. E é claramente o que esse relato mostra, o quão longe um ser humano pode ir em busca de sobrevivência, e como qualquer tragédia nos faz agir como animais em uma matilha lutando para ver quem irá ser o macho alfa. 

Eu não irei dar spoilers mais se tivessem lido esse relato saberiam do que eu estou falando e também ficariam tão impactados quanto eu... Ou até mais. 

Para finalizar, independente do livro abordar a neblina como tema principal acho que descobri qual a essência que Carol tentou nos mostras. O objetivo do livro foi fazermos ver o quão longe um ser humano pode ir antes de enlouquecer, ou melhor, o quão longe um ser humano consegue seguir sozinho e como é importante mantermos relações . 

O ser humano sozinho enlouquece.


Eu me despeço por aqui e como eu não canso de falar, só queria agradecer a Carol novamente por ter nascido e por ter decidido ser escritora e nos presentear com obras tão fantástica. E mais uma vez digo: Carol, você ainda vai longe... E MEU SONHO VER SEUS LIVROS SE TRANSFORMANDO EM FILMES!! 



Espero que tenham gostado. Me contem nos comentários se ficaram curiosos para ler Nihil

Nos vemos em breve!

Beijinhos <3 

 



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